terça-feira, 30 de abril de 2013

Nota de pós-graduandos da Unesp sobre a greve!


Nós, pesquisadores de programas de pós-graduação da Unesp, divulgamos nosso posicionamento frente à crise da Universidade e aos recentes fatos que vêm ocorrendo em alguns campi. No dia 23 de Abril de 2013, os estudantes do campus de Marília, em uma expressiva assembleia, somaram-se ao movimento deflagrado pelos estudantes do campus de Ourinhos e lançaram mão de seus históricos métodos de luta: a greve e a ocupação. Os estudantes de Assis também começam a se organizar. Mas, o que acontece?

Infelizmente, a Universidade pública brasileira é extremamente elitista. Menos de 20% dos jovens no Brasil têm acesso ao ensino superior e, desses, mais de 70% são obrigados a pagar altas mensalidades em cursos muitas vezes de qualidade duvidosa a empresas do ensino privado. Significa dizer que menos de 6% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior público (dados aproximados a partir do último Censo da Educação Superior, MEC). A falta de vagas e a grande procura fazem do vestibular um fecho social que acaba impedindo o acesso de grande parte dos jovens dos setores menos favorecidos da população ao ensino superior. Mesmo assim, alguns filhos da classe trabalhadora conseguem romper essa adversidade e entrar no ensino superior – especialmente em cursos de menor procura mercadológica, como alguns da Unesp de Marília, Ourinhos, Assis e outros.

No entanto, passado o vestibular, o estudante se depara com um novo problema: manter-se na universidade. Especialmente no caso da Unesp, a qual, devido ao seu espalhamento geográfico pelo estado, faz com que boa parte de seus alunos venha de outras cidades. Assim, novas barreiras se levantam: moradia, alimentação e os custos do próprio curso (livros, cópias de textos, materiais etc.). É dever da Universidade – que nada mais é que uma parte do Estado – garantir a permanência desses estudantes. E é por isso que os estudantes estão em luta, porque a Universidade se nega a garantir o acesso adequado a essas condições mínimas de manutenção e sobrevivência: moradia, restaurante e bolsas de estudo e extensão.

Por tudo isso, nós, pesquisadores da Unesp, alunos de pós-graduação, mestrandos e doutorandos, colocamo-nos em apoio às manifestações estudantis e repudiamos a política da administração da Universidade que tenta isolar esses estudantes. Cobramos dessas diretorias e da reitoria que cumpram suas promessas eleitorais e atendam às justas demandas do movimento estudantil.

Alcides Renofio Neto (Mestrando PPGE)
Alessandro de Moura (Doutorando PPGC)
Aline Monge (Mestre PPGE)
Aline Tedeschi da Cunha (Mestranda PPGCS)
André Luis Scantimburgo (Doutorando PPGCS)
Andréia Cordeiro Mecca (Mestranda PPGCS)
Angélica Pall Oriani (Doutoranda PPGE)
Camila Fontes Savassa (Mestranda PPGCS)
Camila Mendes Pinheiro (Mestranda PPGE)
Carolina Baruel de Moura (Mestre PPGE)
Cinthia Falchi (Mestrandra PPGE)
Cleber Barbosa da Silva Clarindo (Mestrando PPGE)
Danielle Ribeiro (Mestranda PPGCS)
Danubia Ferraz dos Santos (Mestranda PPGE)
Fernanda Subires (Mestranda PPGCS)
Fernanda Carolina Toledo da Silva (Mestranda PPGE)
Hércules Paulino (Mestrando PPGCS)
Hermes Moreira Jr. (Doutorando PPGRI STD - Unesp/Unicamp/PUC-SP)
Inês Cristina dos Santos (Mestranda PPGCS)
Jean Paulo Pereira de Menezes (Doutorando PPGCS) 
Juliana da Paz S. Ferreira (Mestranda PPGCS)
Karina Perin Ferraro (Doutoranda PPGE)
Laura Valle Lisboa (intercâmbio Uruguai - PPGE)
Maíra Ouriveis (Mestranda PPGCS)
Marcelo Lira (Doutorando PPGCS)
Mauro Sala (Doutorando PPGE)
Munique Massaro (Doutoranda PPGE)
Naiara Conservani Schmidt (Mestranda PPGCS)
Natálie Iani Goldoni (Mestranda PPGE)
Paula Linhares Angerami (Doutoranda PPGE)
Rafael Del’Omo Filho (Mestrando PPGCS)
Rodrigo Bischoff Belli (Mestre em Ciências Sociais PPGCS)
Rosaria de F. Boldarine (Doutoranda PPGE)
Sérgio Roberto Urbaneja de Brito (Doutorando PPGCS)
Tiago Brentam Perencini (Mestrando PPGE)
Vanessa Capistrano Ferreira (Mestranda PPGCS)

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